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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Sentimentos...

Tem dias que nada nos agrada... Não gostamos dos sabores, do aromas, das cores e nem das companhias... É uma tristeza que dói!

Não gosto de ir pra roça e ver tudo seco, sem vida, sem cor. Lembrei de um comentário que a tia Eunice fez: "Não gosto de marrom!"; e essa é a cor que prevalece na roça em época de seca.

Assim estava. Tudo marrom a meses atrás. Mas basta vir a chuva para tudo melhorar! O verde volta a prevalecer, os pássaros a cantar, as frutas a se multiplicar nos galhos...

A Jabuticabeira

As belas jabuticabas, negras como a noite

















As amoras, em sua cor matiz, como a vida



O pé de amora

















Quando estava estudando, no ensino médio, nas aulas de Literatura um poema sempre me lembrava a roça, ou melhor, a minha visão e o meu sentimento pela minha casa na roça. E eu nunca me esqueci dele, bem, não lembro dele todo, mas não me esqueço de uma determinada estrofe:

A chuva a cair e as plantas a sorrirem






"Minha terra tem palmeiras,
onde canta o sabiá,
as aves, que aqui gorjeiam
não gorjeiam como lá"











É assim que me lembro de casa quando estou com saudades, não só do local, mas das pessoas que também fazem parte de lá.

Quando chego na varanda, o que vejo primeiro é o pé de coco com seu troco longo a balançar conforme o vento (me lembra a palmeira do poema!) e quando fecho os olhos escuto o canto dos pássaros e o barulho da água a cair da pequena cachoeira.

Parte da vista da varanda da
minha casa
As Saracuras a celebrar a vida pelo verde da grama
















Os ninhos dos guachos

A frondosa gameleira

 
O patinho a se refrescar na singela cachoeira
 
E para lembrar, ou para quem ainda não conhece, vamos ficar com os singelos versos de Gonçalves Dias em sua "Canção do Exílio":

Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabiá.
Gonçalves Dias

A minha palmeira por lá há de ficar!

Um comentário:

  1. Nina, amei esse post! Poderia ter sido escrito por mim... tenho sentimentos parecidos...
    Bjs.

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